domingo, 29 de agosto de 2010

Bumba meu boi...

Este Bumba meu boi foi confeccionado pelos 5º anos das escolas em que trabalho (manhã e tarde).
Olha que graça!!!! Uma alegria só!!!!!!

Recebi o modelo de uma amiga e, infelizmente não tenho a fonte. O desenho estava planificado e após colorir, recortar e montar ele foi colocado sobre um rolo de papel higiênico para ficar em pé. Foi decorado com lantejoulas, cola colorida, papel crepo e dobradura e E.V.A.

Iara, a sereia...

Uma das personagens do Folclore que as crianças adoram é a sereia Iara.
Os 4º e 5º anos da E.M.E.F. Engenheiro Mansueto Serafini pintaram seu corpo e aplicaram glitter e estrelas ou flores de E.V.A, lantejoulas e cola colorida. A cauda foi feita em dobradura.
Lindas!!!!!!


Os 5º anos da E.M.E.F. Vererador Marcial Pisoni desenharam o corpo e fizeram a cauda em dobradura.
Muito lindas!!!!!


sábado, 28 de agosto de 2010

Programa Mais Educação - E.M.E.F.V.M. Pisoni

A E.M.E.F. Vererador Marcial Pisoni foi contemplada com o Programa Mais Educação, voltado às comunidades inseridas na vulnerabilidade social. Este programa é do Governo Federal e poucas escolas da rede estão fazendo parte do mesmo.
No dia 14 de agosto do corrente ano, o Programa foi inaugurado na escola com a presença da comunidade, dos professores e demais autoridades da Secretaria Municipal de Educação - SMED.
 Vice diretora da manhã Rosmari Kriger, Diretora Viviane R. B. Lavrati,
Sr. Secretário Municipal de Educação Edson da Rosa e Vice diretora da tarde Patricia Spada.
 
Coordenadora pedagógica da escola e do programa Mais Educação Marlei Bossle.
 
Coordenadoras municipais do Programa Mais Educação.
Oficineiros.
Sr. Secretário de Educação Edson da Rosa e as meninas da cozinha, que preparam
as refeições para os alunos da escola.
Professores da escola.
Abaixo alguns momentos do programa:


Curso Elaboração de Projetos

Este projeto foi elaborado a partir do curso "Elaboração de Projetos" (Tutores: Ana Maria Contini Boeira,  Eloi Joarez Pistorello e Sintian Schmidt) e será aplicado na E.M.E.F. Vereador Marcial Pisoni.


1. IDENTIFICAÇÃO

1.1. Título do Projeto: “Bullying”;
1.2. Local de Realização: E. M. E. F. Vereador Marcial Pisoni;
1.3. Professores responsáveis: Adriana B. Curzel, Fábio Scota, Jacqueline Santos, Mateus Finco e Tânia I. Rauber;
1.4. Período de Execução: 2º e 3º trimestres de 2010;
1.5. Área de Abrangência: escola;
1.6. Público Alvo: alunos das 7ª e 8ª séries.

2. JUSTIFICATIVA

A crescente violência que tem permeado as relações interpessoais na escola (aluno x aluno, aluno x professor, aluno funcionário) tem nos alertado para a urgência em desenvolver atividades em que os alunos possam conhecer, reconhecer, refletir e criar meios para humanizar tal situação.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL: Proporcionar atividades em que os alunos possam debater, identificar e buscar possíveis soluções para a violência (bullying) presente no meio escolar.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

3.2.1. Artes:
3.2.1.1. Analisar imagens e apresentações de slides retiradas da internet que falem sobre bullying;
3.2.1.2. Em grupos, dramatizar cenas de bullying, a cena ideal e fotografá-las;
3.2.1.3. Aprender a trabalhar com o editor de slides no LIE (com o auxílio do professor do LIE);
3.2.1.4. No LIE, trabalhar com estas imagens construindo uma apresentação de slides, sendo que a parte teórica será desenvolvida em Língua Portuguesa;
3.2.1.5. Escolher a melhor apresentação e apresentar aos demais alunos da escola;

3.2.2. Educação Física:
3.2.2.1. Desenvolver atividades cooperativas com as turmas e descrever a atividade que mais gostou e justificá-la (pega-pega, escravos de Jô, voley com lençol);
3.2.2.2. Ao final do projeto, integrar as 7ª e a 8ª série em jogos no pátio que evidenciem a cooperação coletiva e não a individual;

3.2.3. História e Geografia:
3.2.3.1. Realizar uma pesquisa em diferentes revistas e jornais sobre bullying e criar cartazes com alertas sobre as mesmas, evidenciando o lado positivo das relações interpessoais;

3.2.4. LIE:
3.2.4.1. Trabalhar com palavras cruzadas com conceitos de interação, relacionamento e coleguismo (os próprios alunos vão elaborar e após, responder a cruzadinha);
3.2.4.2. Participar de jogos de cooperação entre duplas nos computadores;
3.2.4.3. Auxiliar Artes na elaboração de uma apresentação de slides sobre bullying;

3.2.5. Língua Portuguesa:
3.2.5.1. Realizar leitura de diferentes textos retirados de variadas fontes e discutir sobre o que acontece no cotidiano da escola e possíveis soluções;
3.2.5.2. Após as atividades acima citadas, produzir diferentes textos relativos ao assunto e incluí-los na apresentação de slides a ser criada no LIE;

3.2.6. Matemática:
3.2.6.1. A partir das cenas criadas em Artes, elaborar uma pesquisa e aplicar em toda a escola. Com o resultado, construir gráficos demonstrativos sobre a incidência de bullying e expor aos demais alunos.

4. METODOLOGIA

O Ensino por Projetos pressupõe a temática realizada a partir das idéias dos professores. Neste caso, os professores vem detectando a tempos o aumento da violência nas relações interpessoais na escola e sinalizando a urgência em criar um projeto para buscar se não uma solução ao menos uma reflexão e uma sensível diminuição da mesma. A escola trabalha com a metodologia citada.

5. CRONOGRAMA

5.1. Leitura e análise de imagens;
5.2. Criação de imagens;
5.3. Pesquisa de textos e imagens sobre bullying;
5.4. Leitura de textos por diferentes fontes;
5.5. Debate e reflexão sobre o que acontece na escola;
5.6. Confecção de cartazes;
5.7. Elaboração e aplicação de pesquisa junto aos alunos;
5.8. Elaboração de imagens que retratem bullying e o seu contrário (ação ideal);
5.9. Criação de uma apresentação de slides sobre o assunto;
5.10. Jogos e atividades cooperativas;
5.11. Exposição dos cartazes, da pesquisa e apresentação dos slides a toda a escola.

6. RECURSOS

6.1. HUMANOS: alunos, bibliotecárias, professores, coordenadora pedagógica e equipe diretiva e funcionários;
6.2. MATERIAIS: todo o acervo disponível (jornal, revista, internet, livros), mobiliário, computadores, impressora, diferentes papeis, pincel atômico, canetinhas, cola, tesoura, réguas, alfinetes, pen drive, máquina fotográfica digital, bolas, cones, lençol, cordas, aparelho de som e cd’s.

7. AVALIAÇÃO

Será realizada pela observação de possíveis mudanças de comportamento no cotidiano escolar e pela participação, interação e produção dos alunos.

8. BIBLIOGRAFIA

Material organizado por Marcia Adriana de Carvalho - SMED/ Caxias do Sul, 2004, através da consulta da seguinte bibliografia:
LEITE, Lúcia Helena Alvarez. Pedagogia de projetos, In REVISTA PRESENÇA PEDAGÓGICA - mar/abr 96 - v. 2 - nº 08
ALMEIDA, Maria Elizabeth. Como se trabalha com PROJETOS, In Revista TV ESCOLA;
 www.famettig.br/entrevista/docs/Pedagogia%20de%20Projetos%20FEBA.doc;
MACHADO, Nilson José. Projeto de vida. Entrevista concedida ao Diário na Escola-Santo André, em 2004. Disponível em: http://www.fm.usp.br/tutores/bom/bompt54.php>. Acesso em: 12. jul. 2009
Jornais Pioneiro e Zero Hora;
Revistas Época, Veja, Isto É, Mundo Jovem, Super Interessante e Nova Escola;
Internet;
Links pra os seguintes textos:
Interdisciplinaridade: Refletindo Sobre Algumas Questões, Professora Maria Elisabette B B Prado;
Ensinar e aprender com o computador: a articulação inter-trans-disciplinar , Professora Maria Elizabeth B de Almeida;
Pedagogia de projetos: fundamentos e implicações, Professora Maria Elisabette Brisola Brito Prado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Blogs para pesquisa em Artes

Recebi esta lista da coordenação de Artes da Secretaria Municipal de Educação e repasso a vocês:
http://www.unicamp.br/
http://www.iphan.gov.br/
http://www.usp.br/
http://www.tvcultura.com.br/
http://www.cinemaemcena.com.br/
http://www.itaucultural.org.br/
www.morretes.pr.gov.br/cultura/personalidades.html
http://www.iberecamargo.org.br/
http://www.portinari.org.br/
www.uol.com.br/masp
www.vlmp.museophile.com/international.html
http://www.ola3.com/
http://www.museoreinasofia.es/
www.epdlp.com/pintor.php?id=235
http://www.surrealismo.net/
http://www.fundaciomiro-bcn.org/
www.paginas.terra.com.br/arte/mundoantigo/aleijadinho
http://www.liriah.teatro.viabol.uol.com.br/
www.geocities.com/vienna/opera/1893/frame.html
http://www.drops.cjb.net/
www.anhembi.br/museudamoda
www.louvre.fr/espanhol.htm
http://www.tarsiladoamaral.com.br/
www.geocities.com/alfredovolpi
http://www.museuafrobrasil.com.br/
http://www.portalartes.com.br/
http://www.museuvirtual.org.br/
www.netmusicos.com.br/peda.htm
www.historiadaarte.com.br/artecriancas.htmlite
www.portinari.org.br/candinho/candinho/abertura.htm
www.historiadaarte.com.br/abstracionismo.html
www.terra.com.br/sebastiaosalgado
http://www.museuvillalobos.org.br/
http://www.unesco.org.br/
http://www.mec.gov.br/
http://www.cultura.gov.br/
http://www.funarte.gov.br/
http://www.revista.art.br/
http://www.photographymuseum.com/
www.confoto.art.br/agexp.htm
http://www.galoppido.com.br/
http://www.vangoghmuseum.nl/
http://www.tate.org.uk/
http://www.graffiti.org/
http://www.anitamalfatti.com.br/
http://www.funai.gov.br/
http://www.museudoindio.org.br/
http://www.arteindigena.com.br/
http://www.susanstriker.com/
http://www.satmundi.com/
http://www.hiphopplace.vila.bol.com.br/
http://www.palladino.com.br/
http://www.classicos.hpg.ig.com.br/
http://www.violao.hpg.ig.com.br/
http://www.socioambiental.org/
http://www.jangadabrasil.com.br/
http://www.stomponline.com/
http://www.barbatuques.com.br/
http://www.edukbr.com.br/
www.uol.com.br/museus/picasso
http://www.museupicasso.bcn.es/
http://www.artenaescola.com.br/
http://www.salacultural.com.br/

domingo, 22 de agosto de 2010

Animais brasileiros ameaçados de extinção

Imagens do livro "Animais Brasileiros ameaçados de extinção" Brincando com dobraduras, de Gláucia Lombardi, Editora Paulus.

Arara
Guará
Jaburu
Jacaré
Onça pintada
Tamanduá
Tatu
Tucano

Folclore Gaúcho 6

Crendices extraídas do livro Assuntos do Rio Grande do Sul
João Cezimbra Jacques - Martins Livreiro - 1997

Conquanto o povo sul-rio-grandense em regra, não haja sido em tempo algum supersticioso, salvo exceções, entre os camponeses e os habitantes, dos bosques da Serra Geral, ou entre o elemento pastos das campinas e o elemento agricultor da dita Serra, não se deixavam de notar certas crendices: o nosso gaúcho alimentava as crenças de que os objetos perdidos apareciam, acendendo-se velas ao "Crioulo do pastorejo", e na perseguição pelo "Boitatá", e mais, que o meio de livrar-se dele, nas viagens à noite, consistia em desatar o laço dos tentos, deixando somente preso à cincha dos arreios, pela presilha, e de arrasto no terreno; dessa maneira essa cobra de fogo, assim denominado, isto é, o "Boitatá", atraído pelo ferro, prendia-se à argola do laço e assim ia arrastando por todo o trajeto, deixando de incomodá-lo; acreditava também, e é até hoje entre os camponeses certas simpatias para curar o gado de diversas espécies quando enfermo, com bicheiras ou outras enfermidades. Os povos agricultores já referidos acreditavam na existência do "Saci-Pererê", espécie de ser fantástico, tendo a figura de um negrito, o qual era encontrado à noite pelos caçadores ou andantes, sempre aos saltos ligeiros, nos matos e nas picadas, e que não era raro saltar na garupa do viajante a cavalo, ou fazer garatujas na frente do animal, interrompendo o trânsito ao ginete.

Finalmente, as lendas como estas crendices, só seria dado desenvolvre suficiente, em uma obra especial e não no curto espaço de que ora dispomos.

Nota do Cohen: Com sua primeira edição em 1912, comandante Cezimbra registrou naquela época inúmeros detalhes da vida em nossos pagos, o que colaborou com o esforço dos atuais historiadores. Autor de dois livros sobre o estado, "Assuntos do RS" e "Costumes do RS", sendo este primeiro disponível na Martins Livreiro.


Folclore Gaúcho 5

Crendices extraídas do livro Na voz do povo - ensaios de folclore
Walter Spalding - Martins Livreiro - 1979

O que não se deve fazer

• Colocar duas vassouras juntas num canto da casa - porque faz com que haja briga na família
• Guardar espelho quebrado - por que dá azar, dá peso, atrai desgraças
• Passar por baixo de escada - pelos mesmos motivos acima
• Casar em agosto - porque é o mês do desgosto. O casamento não será feliz
• Duas pessoas lavarem as mãos ao mesmo tempo - porque prejudica uma delas
• Por sal no fogo - afugenta as visitas
• Matar sapo - traz chuva
• Dar e tornar a tomar - porque fica corcunda ou fica aleijado
• Comer na panela - se é moça solteira, choverá no dia do casamento. se é rapaz solteiro, idem. Se já forem casados, estão provocando a miséria
• Comer com chapéu na cabeça - porque o diabo se ajunta à mesa
• Comer peixe e carne misturados - além de falta de respeito, faz mal
• Deixar chinelo emborcado dentro do quarto
• Apontar ou contar estrelas - por que cria verrugas
• Sair montando em cavalo de pelo branco em dia de tempestade - por que o pelo branco do cavaloa atrai os raios
• Ter pica-pau em casa - porque é ave agourenta

O que se deve fazer

• Usar ou colocar debaixo da cama uma vara de cipó - para afugentar cobras de dentro de casa e não permitir que entrem no quarto
• Matar imediatamente a galinha que cantar como galo - para evitar desordens em casa
• Para ter sorte e evitar mau olhado - deve-se usar um galhinho de arruda atrás da orelha
• Ao passar por um gato preto pela frente da pessoa, esta deverá dar três pancadas ou com o pé no chão, ou com a mão esquerda numa parede, para conjurar o azar

Nota do Cohen: Spalding foi um dos maiores historiadores do Rio Grande e também conhecedor do folclore. Ilustra neste livro várias e várias superstições, além de alguns aspectos de festividades locais e origens latinas de frases populares.

Folclore Gaúcho 4

Crendices extraídas do livro Guia do folclore gaúcho
Augusto Meyer - Ediouro - 1975

Aroeira - O cerne da aroeira (Lithraea Brasiliensis Mart.) é um dos "paus" mais estimados pelos gaúchos, como esteios ou moirões de grande durabilidade. Mas a árvore é temida por seus eflúvios, que em certas pessoas provocam grandes irritações de pele. Para precaver-se do mal, deve o campeiro, antes de atacar o tronco a machado, saudar por três vezes com profundo respeito o vegetal a um tempo temido e estimado. Também no tratamento da erupção que provoca, é uso saudar um ramo de aroeira, observando, todavia, o seguinte ritual: se é de manhã, dizer "Boa tarde, dona aroeira!" e, de tarde: "Bom dia, dona aroeira!".

Caveira de boi - A caveira de boi usada pelos nossos campeiros como espantalho de pássaros em suas lavouras sugeriu a Apolinário Porto Alegre uma pesquisa interessante: interpretou-a o mestre da Casa Branca, em seu Popularium, como antiga superstição sobrevivente, ligada aos casos de mau-olhado ou quebanto. Como na Índia e na África os crânios de animais e cifres pendentes de árvores ou colocados no alto de postes, em meio das plantações, serviria a nossa caveira de boi para desviar o mau-olhado, que faz a lavoura desmedrar. "E tanto deve ser assim, que entre os nossos vizinhos a crença no mau-olhado com relação às plantas é vivaz e profunda", comentava Apolinário.

Esconjuro - Para limpar as lavouras da praga das lagartas, há o seguinte esconjuro que Alfred Funke registrou na Costa da Serra:

Bons dias, lagartas
A planta que comeis
E a Deus não louvais,
Amaldiçoadas sejais!
Por São Pedro e São Paulo
E a todos os santos
Da corte do céu:
Deixai esta planta
Que é meu alimento,
E as folhas do mato virgem
Serão vosso sustento.

A imprecação deverá ser lançada numa sexta-feira, antes do raiar do sol, de três cantos da roça, ficando livre o outro ângulo para a saída imediata dos bichos daninhos.

Fogo morto - A superstição do "fogo morto" até princípios deste século achava-se muito difundida entre carreteiros, tropeiros, maiorais de diligência e viajantes, que evitavam sempre, à hora do pouso ou da sesteada, fazer fogo sobre os vestígios de um fogão, isto é, sobre as cinzas ou tições apagados de uma fogueira feita anteriormente, no mesmo lugar de pouso. Quem aproveitava um fogo morto fatalmente era corrido pelas maiores desgraças. Callage recolheu da boca de um campeiro um desses casos, apresentado em versão literária (v. No fogão do gaúcho, Globo, 1929, p. II sgs).

Tesouros - A tradição de tesouros enterrados, ou escondidos concentrou-se quase toda na região missioneira. As salamancas, os cerros bravos, a casa de Mbororé são mitos da mesma família. Mas especialmente em São Miguel é que se manteve por mais tempo essa crendice. Todos os visitantes das famosas ruínas referem-se às escavações na área da igreja, do cemitério e das imediações da quinta. Os mais esmaniados acampavam no povo, para uma prospecção

Nota do Cohen: Pequeno dicionário / guia do folclore, utiliza-se da idéia de verbetes para explicá-los com detalhes sobre cada item. Contém ilustrações e a maioria das cousas gaúchas.


Folclore Gaúcho 3

Crendices extraídas do livro Folclore: similaridade nos países do Mercosul
Paula Simon Ribeiro - Martins Livreiro - 2002

 Crendices gerais

• Comer frutas com grãos no Ano Novo (uva, romã, etc) para ter sorte e fortuna durante o ano todo que está começando
• Ferradura atrás da porta afasta o mau olhado
• Sal no fogo afasta visitas
• Varrer os rastros de uma pessoa afasta-a para sempre
• Derramar açúcar traz sorte
• Quando o grilo canta dentro de casa é sinal que se receberá dinheiro

 Crendices e superstições ligadas a namoro, noivado e casamento

• A jovem que pega o buquê da noiva será a próxima a casar
• Varrer os pés de moça solteira, não casa naquela ano
• Moça que abre sombrinha dentro de casa fica "para titia"
• Quando a fumaça do cigarro forma um círculo é por que a pessoa amada está pensando na outra

Ligadas à gravidez, ao nascimento ou recém-nascido

• Não deve pular cerca, senão a criança nascerá aleijada
• Quando a grávida tem desejo e não é atendida, a criança nasce de boca aberta ou fica "babão", e quem não atende fica com terçol
• Criança que ri dormindo está sonhando com os anjinhos
• Para passar soluço do nenê, deve-se colocar na testa do mesmo um fiapo de lã, de preferência vermelho; colar com a saliva da mãe

Superstições gerais

• Xícara virada com a boca para baixo atrasa a vida
• Chinelo ou sapato virado provoca a morte da mãe
• Enrolar as meias enrola a vida
• Espelho quebrado dá sete anos seguidos de azar
• Varrer a casa à noite atrai desgraças
• Apontar para as estrelas faz nascer verrugas nos dedos da mão

 A Lua

• A grande maioria de nossas crendices herdamos de Portugal, onde o povo - apesar de religioso - acredita em muitas coisas que a lógica ou a racionalidade não explicam. No meio rural é crença generalizada que a lua tem influência direta em toda a atividade humana, especialmente na lavoura, na pecuária, no clima, nas chuvas e até mesmo na vida do homem. Para quem lida com plantações, as fases da lua devem ser cuidadosamente observadas. Exemplos:
• Legumes de cabeça (repolho, alface e outros) devem ser transplantados na minguante e as folhosas (couve, radiche, espinafre, etc) na nova.
• Quem cria aves deve cuidar para que o nascimento dos pingos não ocorra na minguante. Se forem colocados no "choco" na minguante, os ovos "goram" e perde-se a ninhada. A influência da lua e das tempestades é neutralizada por um prego enferrujado ou pedaços de carvão colocados no ninho.
• Para o cabelo crescer rapidamente deve ser cortado na nova, crêem alguns, outros acreditam que na nascente. É consenso que quem tem muito cabelo e não quer que cresça logo, deve corta na minguante.
• Não se deve deixar as fraldas do recém-nascido no varal à luz do luar, pois este terá cólicas. Se isto acontecer, a mãe com o filho nos braços o mostra para a lua e reza esta oração "Lua, luar, me deste este filho e me ajuda a criar".

Nota do Cohen: Este livro é uma excelente fonte de folclore. Além de outras várias crendices associadas com chuva, pássaros, etc, ainda possui seções sobre lendas, mitos, linguagem popular, morte na visão popular.


Folclore Gaúcho 2

Crendices extraídas do livro Medicina campeira e povoeira
Hélio Moro Mariante - Martins Livreiro - 1984

Crendices e superstições

No capítulo referente à medicina mágica e supersticiosa relacionamos uma série de abusões, crendices e superstições, bem como os remédios usados pelo povo para a cura de determinados males, ou obtenção de graças por intermédio de orações e simpatias, principalmente quando se trata de moléstias de fundo psíquico.
A seguir trataremos de tabus, de não-presta, ou faz-mal, relacionados com a vida e a morte, com doenças, com a menstruação, gravidez e parto, e com uma série de outros estados a que sói ser levado o homem.
O verbete tabu aqui empregado tem o sentido de restrição, de proibição e principalmente de proteção contra algo que possa causar um mal, objetiva ou subjetivamente.

Sobre a morte

• Não se deve costurar roupa no corpo de uma pessoa, por que essa pessoa pode morrer muito breve, "só se costura no corpo mortalha de defunto". Se for necessário, proceder a costura dizendo "eu te coso vivo e não morto".
• Dormir com os pés virados para a porta da rua é agouro de morte.
• Doente que muda de cabeceira na cama está às portas da morte.
• Dormir sobre a mesa chama a morte.
• Treze pessoas sentadas à mesa ocasionará a morte de uma delas, geralmente da última que chegou.
• Cachorro que uiva à noite, coruja que pia em cima da casa, ou borboleta preta (bruxa) entrando na residência é sinal que a morte anda rondando alguém da família.
• Para que um defunto não inche, deve-se colocar uima chave na sua mão.

Sobre doenças

• Urinar contra o vento dá gonorréia.
• A urina do sapo cega.
• Mijar em cima de tijolo quente é bom para urina presa (anúria).
• Uma ferradura afixada numa porta evita que a doença entre na casa.
• encharcar um pedaço de pão com a saliva de cirnaça acometida de coqueluche e dando-o para um cão comer, a doença transfere-se para o animal.

Sobre mau-olhado, azar, olho-grande

• Matar um grilo traz azar.
• Matar um urubu atrasa a vida.
• Um colar feito com sete cabeças de alho previne contra o mau-olhado.
• É mau agouro colocar tições em forma de cruz no fogo.

Outros assuntos:

• Para obter um sono leve basta colocar sob o travesseiro um esporão de quero-quero.
• Menino que brinca com fogo, mija na cama.
• Urinar na água é o mesmo que mijar na cara da madrinha.
• Botar sal no fogo é atraso na vida.
• Cobra não morde mulher menstruada por que, se o fizer, morrerá.
• Mulher grávida não deve portar uma chave no seio, pois se assim proceder, a criança pode nascer com lábio leporino.
• Se a gestante apresentar a barriga arredondada, nascerá uma mulher; se mostrar-se pontuda, virá um homem.
• Pendurando-se uma aliança em fio de cabelo da gestante, se o seu movimento for para a frente e para trás, virá um menino; se for lateral, nascerá uma menina.

Nota do Cohen: Um dos maiores pesquisadores do RS, o comandante Hélio Mariante foi fundo e registrou a medicina campeira, o uso de várias práticas para a cura (calor, esterco, fumo, fitoterapia, açoterapia e vários outros). Além disso, anotou termos associados a doenças (barriga d'água, caroço, chiaço, cobreiro, pasmo, sangue grosso). Extemamente recomendável (e encontrável somente em sebos e bibliotecas) para pesquisas afins.


 

Folclore Gaúcho 1

Crendices extraídas do livro Folclore do Rio Grande do Sul
Dante de Laytano - Nova Dimensão - 1987

Indumentária e superstições

O folclore agro-pastoril que define o comportamento do gaúcho ainda está cercado de novas áreas de análise, como o folclore da indumentária. Pala, chiripá, ponche, ceroula de crivos, bota-garrão-de-potro, lenço pendurado nos cabelos ou enrolados no pescoço, chapéu de aba larga, bota-gaitinha, botas de cano mole, bombachas, guaiaca (cinto campeiro), camisas de uma só cor, esporas, chapéu, faixa na cintura, o poncho-pala, o colete, etc. A indumentária das mulheres: vestido de chita floreado e lenço de seda no pescoço, etc. A pintora gaúcha Isolda Brans que viveu muitos anos em Roma, deu início a uma série de pranchas das mais apreciadas sobre a indumentária.

Um aspecto da vida rural fornecido por um europeu é realmente novidade. Não esqueceu de falar até na festa do Divino Espírito Santo e na bandeira do Divino. Cuidar do mate cevado e todo o ciclo da erva-mate; não lhe escapou a presença do negro, não só no patuá, amuleto africano. Carlos Jansen, no "O patuá", 1879.
Mas o alude a negro nagô, indo diretamente a uma definição única. Citou a caça da perdiz, aliás, ele, Jansen, tratou de outras caças. Descreveu as atafonas e incursionou na economia agrícola dentro da vida rural predominantemente pastoril. "Curar bicheira", com o emprego de "rosário de garras" é uma das superstições mencionadas por Jansen ao se referir à doença do gado. O "rosário" se compunha de pedaços de arreios velhos e imprestáveis em pontas de couro enfiadas. Era mesmo um amuleto, uma simpatia. Como o patuá que possuía virtudes salvadoras e defensivas do mau olhado e realizava milagres para quem o louvasse e levasse preso ao corpo por corrente ou fita ou barbante. Ou qualquer outra maneira. O gaúcho quanto ao folclore das superstições não escapa ao contexto popular da quantidade de sua presença na vida do cotidiano. "Ahó-ahó", superstição missioneira, e velha monstruosa, capaz de devorar índios. Fantasmas da cultura indígena são os "angüeras", fantasmas meio brincalhões.
A cura da asma se procedia com a matança de um destes palmípedes, que é o biguá. Abriam a ave a ponta de faca e ainda vivo aplicavam contra o peito do paciente, como conta Augusto Meyer, no seu "Guia", "Boi-tatá", o "caa-porá" (fantasma do mato, uma espécie de protetora da caça) e boitatá é fogo fátuo que anda pelos campos cercado de mistérios de medo. Tr~es penas de uma pequena coruja chamada "caburé" é o suficiente para trazer sorte no amor, nos negócios, na fortuna, na guerra e em tudo. O carbúnculo, animal fabuloso, propiciador de riquezas, é superstição que se formou no tempo da conquista e mais tarde entrou a circular na tradição missioneira, identificado como "teiuiaguá" guarani.
A cura da bicheira era recomendada aos viajantes que usassem na montaria um pelego de guará. Mas pelo de guará é uma superstição rural da medicina folclórica. Guizo de cascavel usado num patuá suspenso ao pescoço era considerado remédio infalível contra erisipela. As mulheres usavam-no na liga da meia.
Veneno de cobra - a mordida de cobra é curada de benzedura, a matança da cobra de imediato que mordeu a vítima e comer-lhe o fígado cru. na Na região missioneira, manteve-se algum tempo o "Velório da Cruz": a antiga prática funerária que consistia de um ano após ser enterrado o morto; iam até o cemitério, retiravam a cruz de seu túmulo e a levavam para uma sala, velando-a como se fosse o morto, em companhia de choradeiras, fadinhas e rezadores profissionais e um novo baile, custeado pelo padrinho do noivo. Em Viamão ainda se mantém este culto. E noutros municípios.

Nota do Cohen: Esta obra se espalha desde o registro das etnias do Rio Grande, passando por detalhes do gaúcho e seu cavalo, igrejas e orixás, o tradicionalismo, lendas e campo e lavoura. 350 folhas de pura pesquisa.

Casa mal assombrada em sucata

Eu e meu sobrinho fizemos esta casa mal assombrada.
Usamos caixa de papelão, papeis coloridos, lã, argolinhas para as correntes, lápis de cor e canetinhas.
Tome cuidado, dentro da casa tem um monstro horrível e ele está preso com correntes.
E você já olhou as janelas?!
Horripilante, né?!
Os desenhos foram criados pelo Felipe, meu sobrinho.
Super criativo, né?!